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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Por que o varejo brasileiro está mudando e como os pequenos negócios podem se adaptar?


O varejo no Brasil está passando por uma transformação profunda e isso tem impactado sobretudo os pequenos negócios, não importa o segmento. As mudanças não se limitam apenas à ascensão dos marketplaces ou à competição dos grandes shoppings e redes; elas permeiam cada aspecto do ambiente de negócios.

A Ascensão dos Marketplaces:

Os marketplaces online tiraram o protagonismo dos grandes centros e corredores comerciais da cidade. O que antes era o domínio dos shoppings agora está sob ameaça dessas plataformas digitais. Os shoppings, que em si já foram uma ameaça aos comércios locais, agora enfrentam o mesmo problema, pois a conveniência e a variedade oferecidas pelos marketplaces online estão mudando o comportamento do consumidor.

A Invasão das Grandes Redes:

Redes como Pão de Açúcar, Carrefour, e mais recentemente Oxxo, invadiram bairros, tornando a competição ainda mais feroz. Com empresas mais estruturadas em produtos, serviços e tecnologia, elas tornaram-se competidores desafiadores para os pequenos negócios locais.

A Fixação pelo Preço:

A maioria dos empresários ainda adere ao mesmo modelo de compra e venda, focando no preço. No entanto, essa estratégia está perdendo seu apelo. Com a estabilização da moeda nos anos 90 e a abertura da importação, o fenômeno das lojas de 1,99 mudou o conceito de preço baixo. Mas esse mercado está sendo substituído pelos marketplaces, onde os consumidores podem comprar diretamente, criando um desafio adicional para o pequeno negócio.

O Impacto da Violência nos Grandes Centros:

A violência, com roubos, tráfico de drogas e arrastões, tem impactado duramente na relação das pessoas com os centros das cidades. Muitos estão buscando locais mais seguros para compras, como shoppings ou canais digitais.

Inspirando-se em Sucessos Globais:

Para enfrentar esses desafios, os pequenos varejistas podem olhar para casos de sucesso global, como as pequenas lojas na Coréia do Sul. A adoção de tecnologia e foco na experiência do cliente permitiu que competissem com grandes redes.

A Hora de Inovar:

Como disse o famoso empresário Richard Branson, "Os negócios têm que ser divertidos, e para isso, você tem que estar criando algo." Os pequenos varejistas no Brasil precisam inovar e adaptar-se a esses desafios crescentes.

Se essas transformações no varejo ressoam com você e seu negócio, siga-me para mais insights e compartilhe este artigo com sua rede. Juntos, podemos explorar novas estratégias para navegar nessa paisagem em evolução. A sua jornada de transformação começa aqui!

Um grande abraço e boas vendas
Caio Camargo | @caiocmgo

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Navegando pela IA: A História do Funil

Olá amigos do varejo!

Vamos conversar um pouco sobre dois gigantes no universo da Inteligência Artificial (IA): a IA tradicional e a IA Generativa. E para facilitar, que tal usarmos a metáfora do funil? Prometo que será esclarecedor!


IA Tradicional: Topo do Funil

Vamos começar pela IA tradicional. Imagine a parte de cima do funil, bem larga, certo? Essa é a nossa entrada - um mar de dados. Mas a IA tradicional tem essa habilidade incrível de, como um barista experiente, filtrar e destilar esses dados até chegarmos ao espresso perfeito na parte mais estreita do funil.

No nosso dia a dia, isso se traduz em:

  • Sistemas de Recomendação: De um oceano de opções, eis que surge aquela sugestão de produto feita sob medida para você.

  • Reconhecimento de Voz: Capturando todas as nuances da nossa fala e convertendo-as em comandos precisos ou texto legível.

IA Generativa: Base do Funil, Mas Invertida!

Agora, vamos virar esse funil de cabeça para baixo! A IA Generativa começa lá no ponto estreito - uma ideia ou prompt inicial - e depois... BANG! Ela explode em um leque de possibilidades criativas, representado pela parte larga do funil invertido.

E como vemos isso no campo profissional?

  • Redes Adversariais Generativas (GANs): Já viu aquelas imagens hiper-realistas criadas a partir do nada? Pois é, agradeça às GANs!

  • Modelos de Texto Avançados: Dê a eles uma frase inicial e prepare-se para uma enxurrada de conteúdo, desde artigos a histórias.

E aí, Qual é a Conclusão?

A metáfora do funil nos dá uma visão bem nítida desses dois protagonistas da IA. Enquanto a IA tradicional é mestre em filtrar e destilar, a IA Generativa é a rainha da expansão e inovação. Ambas são peças-chave no nosso quebra-cabeça tecnológico, moldando o futuro da nossa interação com o mundo digital.

E aí, que tal um café (ou um espresso) enquanto refletimos sobre essas maravilhas da IA? 😉

Um grande abraço e boas vendas!

Caio Camargo
taggo.one/caiocmgo

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Desmistificando o "Girl Math": Uma Visão sobre Gastos e Satisfação Pessoal


Na era digital, as redes sociais têm sido uma fonte inegável de tendências e culturas. Uma das tendências mais recentes que ganhou tração no TikTok é o "Girl Math". É uma abordagem lúdica que tenta justificar gastos de uma maneira leve e, muitas vezes, ilógica. Com origens rastreadas até um programa de rádio na Nova Zelândia, o "Girl Math" conquistou corações e carteiras, tornando-se uma forma popular de discutir e justificar gastos.

Essa lógica sugere, por exemplo, que compras feitas com dinheiro físico, não afetando diretamente a conta corrente, são percebidas como "gratuitas". Além disso, a noção é ampliada para plataformas de gift ou cashback. Os valores recebidos nessas plataformas são muitas vezes vistos como "bônus" ou dinheiro que não fará falta, encorajando ainda mais os gastos. Em empresas como a Cresci e Perdi Franchising , sua moeda interna, frequentemente vista como mais valiosa que o dinheiro convencional, serve como gatilho para compras adicionais.

No entanto, esta abordagem não está isenta de críticas. Enquanto alguns veem isso como uma forma divertida de lidar com gastos, outros veem implicações mais profundas. Tori Dunlap, uma especialista financeira, alerta para os perigos de normalizar tais justificativas, que podem encobrir decisões financeiras impulsivas e mal planejadas. Ela ressalta que pequenos gastos, como um café diário de $5, podem acumular-se rapidamente e ter um impacto significativo em finanças pessoais.

Mais profundamente, a ideia por trás do "Girl Math" pode perpetuar estereótipos prejudiciais, sugerindo que mulheres são inerentemente más em lidar com dinheiro. A implicação subjacente de que gastos femininos são frívolos, seja um café ou uma manicure, pode ser prejudicial à imagem das mulheres no espaço financeiro.

Contudo, a relação com o dinheiro não se resume apenas a gastos e economias. Manisha Thakor , uma expert de Harvard, enfatiza a necessidade de equilibrar saúde financeira com riqueza emocional. Ela sugere que muitos estão presos no "culto do nunca o suficiente", avaliando o sucesso unicamente através de bens materiais. Para verdadeira satisfação, Thakor acredita na combinação de uma gestão financeira sólida com a busca de experiências e conexões emocionais.

Oportunidades para o Varejista:

  • Incentivos à Compra: Se os consumidores veem compras feitas com dinheiro físico ou através de plataformas de cashback como "bônus", os varejistas podem oferecer descontos ou promoções especiais para pagamentos em dinheiro ou para aqueles que usam plataformas de reembolso.
  • Educação Financeira: Oferecer workshops ou cursos sobre gestão financeira pode não apenas ajudar os clientes a tomar decisões mais informadas, mas também posicionar a marca como socialmente responsável e orientada para o bem-estar do cliente.
  • Experiências Personalizadas: Os varejistas podem criar experiências de compra que equilibram a emoção do "Girl Math" com compras práticas. Isso pode incluir consultores de estilo que ajudam os clientes a maximizar o "custo por uso" de itens mais caros, ou programas de fidelidade que recompensam compras repetidas com experiências exclusivas.

Responsabilidades e Cuidados:

  • Evitar Estereótipos: É fundamental que os varejistas evitem perpetuar estereótipos negativos. Ao capitalizar sobre o "Girl Math", deve-se garantir que as campanhas não retratem as mulheres como gastadoras frívolas ou como financeiramente irresponsáveis.
  • Transparência: Ao oferecer promoções ou descontos, os varejistas devem ser transparentes sobre os termos e condições, garantindo que os consumidores estejam cientes de quaisquer compromissos ou implicações a longo prazo.
  • Promover o Consumo Consciente: Embora seja tentador aproveitar tendências como o "Girl Math" para impulsionar as vendas, os varejistas devem promover uma abordagem equilibrada ao consumo. Isso pode incluir campanhas que enfatizam a qualidade sobre a quantidade ou incentivos para compras sustentáveis.

Em conclusão, o "Girl Math" pode ser uma janela para os varejistas se conectarem com um segmento entusiasmado de consumidores. No entanto, é crucial abordar essa tendência com empatia e responsabilidade, garantindo que as estratégias de marketing e vendas sejam benéficas tanto para o consumidor quanto para a marca.


Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | @caiocmgo

Como Saber se a Inteligência Artificial é a Resposta para os Desafios do Seu Negócio?


Com a corrida tecnológica em pleno vapor, o termo "Inteligência Artificial" tornou-se quase sinônimo de inovação e sucesso. Mas será que a busca por soluções de IA é sempre a resposta correta para as empresas de varejo e consumo?

Vamos nos aprofundar nesse questionamento, analisando não apenas o poder da IA, mas a importância de identificar problemas específicos antes de adotar soluções tecnológicas.

O que a IA Pode Resolver? Quais são os Desafios Reais?

Antes de pensar na melhor IA, é crucial entender os problemas que a empresa enfrenta. Vamos examinar alguns casos de sucesso e falhas do mercado.

Caso Amazon: A gigante do e-commerce usou a IA para otimizar suas cadeias de fornecimento, permitindo uma distribuição mais eficiente. No entanto, essa solução foi aplicada após uma análise aprofundada das falhas logísticas existentes.

Caso de uma rede varejista brasileira: Esta empresa investiu em IA para aprimorar o atendimento ao cliente, mas sem uma análise prévia dos problemas reais, a implementação falhou em alcançar os objetivos desejados. A tecnologia estava lá, mas a abordagem estava equivocada.

Como disse Albert Einstein, "Se eu tivesse uma hora para resolver um problema, passaria 55 minutos definindo o problema e cinco minutos resolvendo-o."

Entendendo a Abordagem Certa

A busca pela melhor IA deve ser precedida por um diagnóstico claro. Aqui está um guia:

  • Identifique os Problemas: Compreenda o que não foi resolvido com soluções de mercado existentes.
  • Analise os Resultados Esperados: Defina o que você deseja alcançar com a IA.
  • Encontre a IA Adequada: Escolha uma solução que possa resolver os problemas identificados, reduzir custos ou ampliar os resultados.

Investir em IA sem entender os problemas da sua empresa é como buscar uma cura sem diagnosticar a doença. Pergunte a si mesmo: "Qual é o problema real que estou tentando resolver?"

Antes de saltar para a tecnologia de ponta, faça o dever de casa e entenda o núcleo dos desafios da sua empresa. Só então, você encontrará a IA que realmente trará valor ao seu negócio.

Desafio você a olhar para dentro de sua empresa e encontrar os problemas antes de investir em IA. A revolução tecnológica começa com um entendimento profundo do seu próprio negócio.


Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | @caiocmgo

O impacto dos videogames nas gerações: como isso molda o mundo do consumo!


Vamos explorar um pouco sobre o universo dos videogames e como eles vêm moldando nossas gerações, influenciando comportamentos e transformando tendências de consumo. Sabia que o tempo dedicado aos videogames é duas a três vezes maior do que o tempo gasto com a educação? É um impacto gigantesco na nossa sociedade. Em minhas palestras, tenho falado um pouco sobre esse impacto, e divido agora com vocês aqui.

A Geração X, nascida entre 1961 e 1980, foi a pioneira, crescendo com o Atari e Nintendo. Os jogos desse período representavam desafios diários - ganhando ou perdendo, no dia seguinte, eles precisavam começar tudo de novo. Isso formou uma geração incrivelmente resiliente, que valoriza a qualidade e a durabilidade no consumo.


Fonte: Caio Camargo

Fonte: Caio Camargo


Depois temos a Geração Y, ou os nascidos entre 1981 e 1994. Essa galera viveu a ascensão dos gráficos 3D e a possibilidade de salvar o progresso nos jogos. Isso levou a desafios e quebra-cabeças mais complexos, forçando uma reflexão mais profunda em busca de soluções - uma habilidade muito necessária no mundo das startups. No consumo, essa geração busca produtos e serviços que podem ser personalizados de acordo com suas preferências e necessidades.

A Geração Z, nascida entre 1995 e 2010, teve a experiência de jogar conectada pela internet, alterando completamente a maneira como se sociabilizam e interagem com as marcas. A autenticidade e a experiência social são fundamentais para eles, favorecendo marcas que compartilham seus valores e proporcionam interações sociais.

Por último, a Geração Alpha, que nasceu depois de 2010, está crescendo em um mundo com jogos imersivos e super interativos, que permitem a co-criação. Essa co-criação é algo que eles também esperam no mundo real, desejando ver seus próprios valores e diferenças refletidos nas marcas que escolhem consumir.

Então, vemos que os videogames têm desempenhado um papel importante na formação das nossas gerações. Para o mundo do varejo, compreender essas tendências é crucial para desenvolver estratégias de sucesso. Com as pessoas cada vez mais dedicando mais tempo aos jogos do que à educação, é fundamental reconhecer o impacto dessa influência no comportamento de consumo.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | @caiocmgo

Seja um gestor movido por números, não por adjetivos.


Sabe aquele erro que todo gestor comete de vez em quando? É aceitar adjetivos ao invés de números concretos. Quem escuta "as vendas estão boas" ou "o movimento está fraco" e se contenta, na verdade, está no escuro sobre a situação atual e não tem a menor ideia de onde precisa chegar. Então, meu conselho é: troque os adjetivos por números.

Ao longo da minha jornada no varejo, com mais de 25 anos de experiência, conversando e palestrando por todo o Brasil, tenho cada vez mais certeza de que o segredo da boa gestão está no uso correto dos indicadores. Não estou falando de números para preencher planilhas ou ilustrar apresentações. Numa empresa bem gerida, os indicadores são mais do que uma parte da cultura - eles se tornam a linguagem ou o idioma oficial do seu negócio!

Ter uma gestão baseada em números faz mais do que só dar a aparência de que sua empresa está por dentro do que acontece. Ajuda você e seus colaboradores a não apenas conhecer as metas, mas também a saber qual é o espaço entre onde estão e onde querem chegar. Isso facilita a criação de estratégias e objetivos que, quando medidos e avaliados regularmente, facilitam o alcance dos objetivos comuns.

Então, esqueça os adjetivos na hora de gerir seus negócios. "Vendas estão boas" ou "atendimento é excelente" podem esconder a real necessidade de gestão do seu negócio. Aqui vão alguns exemplos de como você pode se tornar um gestor de números, ao invés de adjetivos:

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Em vez de "A loja está vazia, ninguém está entrando.", que tal

"Hoje, o movimento da loja está 20% menor do que na semana passada. Nosso fluxo de clientes diminuiu, mas nossa taxa de conversão se manteve no mesmo patamar."

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Em vez de "Nossa promoção foi um arraso! Acho que deu certo", prefira

"Nossa promoção não só atingiu a meta de vendas, como a superou em mais de 10%!"

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Em vez de "Não consegui vender nada hoje", que tal

"Só atingi 50% da minha meta diária até agora."

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Em vez de "Os clientes estão comprando pouco", que tal

"Nosso ticket médio caiu X% nesta semana." ou "Nosso PA (Peças por Atendimento) caiu X%."

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Em vez de "Essa live foi incrível, acredito que chamou a atenção", que tal

"Tivemos 100 visualizações e 10 compras, uma taxa de conversão de 10%. Como podemos melhorar para a próxima?"

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Em vez de "Nosso atendimento é top", prefira

"Nosso NPS atual é de 90" ou "Nossa avaliação no Google é 5 estrelas" ou "90% dos nossos clientes nos recomendariam."

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Essas são apenas algumas ideias para você repensar seu modelo de gestão.

Da próxima vez que alguém vier com um adjetivo ao invés de um número, peça algo mais concreto.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | @caiocmgo

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Cringe: O que nunca irá sair de moda no varejo

Se você não esteve em algum local incomunicável ou isolado das redes sociais nas últimas semanas, provavelmente teve contato com o termo “cringe” circulando na internet ou até mesmo em veículos de imprensa. Em uma tradução livre do inglês, o termo poderia ser considerado como “cafona” ou “vergonha alheia”, e está sendo reproduzido principalmente pela chamada Geração Z (aqueles nascidos entre 1996 e 2005) como definição dos comportamentos, gostos e modo de vida dos millennials (nascidos entre 1980 e 1995) - falar “boletos”, gostar de café e ser fã de séries e filmes específicos são alguns exemplos considerados “micos” pelos mais jovens.

Mesmo em tom de brincadeira, a popularidade do termo “cringe” e todo seu conceito nos fez parar para pensar. Algo que é admirado por muitos no momento pode rapidamente se tornar obsoleto para outros, ainda mais em tempos de tecnologia e transformações constantes. E isso também é válido para o varejo, principalmente com as acelerações da pandemia.

Modernização do varejo

O universo varejista sempre se manteve fiel a suas tradições, mas nunca deixou de olhar para as tendências ou transformações que poderiam mudar o setor ou o comportamento do seu cliente. Afinal, com um mercado grande e competição acirrada, quem não se atualiza acaba ficando para trás.

Mesmo em tempos pré-pandêmicos, o varejo já buscava estar antenado e evoluir junto com o consumidor. Não foram poucas as marcas que passaram por uma total revitalização de seu storytelling e até mesmo repensaram a qualidade de seus produtos. Alguns casos clássicos poderiam ser considerados, como a Havaianas ou a Granado, que buscaram se recriar nas últimas décadas para conquistar novos públicos e objetivos enquanto marcas.

Na busca pela modernização de seus negócios, muitas marcas apostam em tecnologias que não se sustentam nem ao menos durante uma fase completa de lançamento. Isso normalmente acontece quando não houve o planejamento e a formação de base necessários para implementar a novidade. Por isso, é essencial que o varejista entenda que a prioridade é entregar qualidade - um dos pilares que jamais sairão de moda no varejo - e não apenas tecnologia.

Atendimento humanizado

O varejo não é apenas sobre venda, mas também sobre atendimento. Mesmo com o avanço das compras virtuais, os vendedores e atendentes precisam saber se relacionar com seus clientes de maneira cada vez mais próxima e pessoal - seja no online, seja no offline. Humanizar mais esse contato é um estímulo para que o consumidor se torne um cliente fiel. É engraçado como, cada vez mais, se busca a qualidade de atendimento que os primeiros varejistas de balcão tinham décadas atrás, quando sabiam tudo sobre seus clientes, desde a forma que compravam até como gostavam de ser atendidos. Treinamentos e abordagens como a Customer Relationship Management (CRM) podem facilitar o desenvolvimento de um atendimento melhor, mas, no fim do dia, ainda se trata de um bom relacionamento entre pessoas.

Experiência de compra

Se seu negócio não envolve pessoas na linha de frente, caso do autosserviço ou canais digitais, a jornada do cliente de ponta a ponta é vital. Os consumidores se tornaram ainda mais exigentes em relação ao que buscam como experiência, e termos como “sem atrito” (frictionless) e ruptura dominam o vocabulário de varejistas que buscam a excelência de seus serviços. Investir em tecnologia como meio para que essa jornada seja cada vez mais dinâmica e prática sempre será interessante. A régua da expectativa do cliente irá continuar a subir e, consequentemente, trará mais pressão para o varejista. Por isso, não basta somente investir, mas também é necessário ter uma visão contínua e de longo prazo sobre como se manter em linha com as demandas de seus consumidores.

Entregar como prometido

Ainda dentro da experiência de compra, vale a pena destacar que não se trata apenas da venda do produto, mas, em muitos casos, da entrega e da expectativa que o consumidor tem sobre essa jornada. Quando se compra algo fora do país, por exemplo, como no caso de marketplaces internacionais, existe a expectativa de um prazo de entrega muito maior do que o do varejo tradicional. Geralmente essa compra está atrelada a benefícios como preços mais vantajosos ou até mesmo na obtenção de produtos que não são encontrados no Brasil. Qual a promessa que você está fazendo ao seu consumidor? O que você está conseguindo de fato cumprir? Prometer uma entrega extremamente rápida nesses casos que envolvem fatores externos é um alto risco, pois o cliente cria uma expectativa que não é alcançada e dificilmente voltará a comprar novamente em seu negócio. O foco é investir em uma infraestrutura logística e omnicanal para acelerar suas entregas, mas se manter fiel ao ritmo e realidade do negócio, independentemente da velocidade de outros concorrentes maiores. Jogo combinado não sai caro.

Precificação em segundo plano

Muitos podem pensar que oferecer preços mais baixos ou trabalhar sua estratégia exclusivamente em precificação é essencial para o varejo. De certa forma, até pode dar certo, desde que isso seja pensado de maneira alinhada com o seu público e com o mercado. Porém, com as rápidas mudanças no varejo, o preço está se tornando secundário nas prioridades, uma vez que o cliente está prestando mais atenção no atendimento, entrega e qualidade dos serviços e produtos que estão sendo oferecidos.

É fato que o varejo não irá parar de evoluir e se transformar e que o varejista evoluirá junto a ele e aos consumidores. Afinal, não há nada mais cringe do que querer permanecer nos velhos hábitos. Estamos em constante evolução!

Um grande abraço e boas vendas!

Caio Camargo 
Editor | falandodevarejo.com.br

quinta-feira, 29 de abril de 2021

Uma nova ótica para um novo varejo

A pandemia deixou nítido que adiar a transformação digital não é mais uma opção. É por isso que as compras online geraram 68,2% de aumento no faturamento do varejo em 2020 e que a projeção para este ano é crescer mais 18%, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) e a Neotrust|Compre&Confie.

O segmento ótico também entendeu o recado e, com o fechamento do comércio físico, se desdobrou para vender online. Resultado do esforço, um estudo da Grand View Research projeta crescimento médio geral (físico e digital) de 8,1% anualmente até 2027. E ainda há muita oportunidade: apenas três dos 300 maiores varejistas do País são do segmento ótico - apenas 1% -, de acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), ao passo que a Academia Americana de Oftalmologia estima que 49% das pessoas terão algum problema visual até 2050. Tudo isso somado ao potencial de expansão que o varejo online proporciona.

Porém, a tarefa de se digitalizar não é simples. Se o varejo como um todo passou por uma adaptação rápida para vender online, as óticas estão em um processo de reinvenção urgente. Isso porque, culturalmente, comprar óculos é algo que se faz presencialmente - afinal, há toda a experiência de provar os modelos e conversar sobre as características de cada um, além da parte técnica quando é necessário confeccionar lentes de grau. Como fazer sua ótica alcançar, então, esses potenciais clientes, atualmente reclusos em casa e que têm mudado seus hábitos de consumo para o digital permanentemente?

Marketplaces, e-commerces e redes sociais para vendas, como o WhatsApp, são uma boa primeira resposta para incluir na jornada digital da loja, mas não podem jogar sozinhos. A integração de canais precisa vir junto e tem se mostrado uma alternativa forte para os pequenos e grandes varejistas do segmento neste momento de pandemia, disponibilizando, por exemplo, a compra online para a retirada na loja ou a compra na loja para receber em casa. Aliar isso a boas opções de troca de produtos e de vouchers fazem a diferença na conversão da venda.

A ideia de integrar os canais é que a atuação online seja como uma extensão da física. Ter uma estrutura com diferentes pontos de contato com o cliente não apenas melhora o atendimento como faz diferença no faturamento: a Harvard Business Review constatou que 73% dos consumidores usam vários canais para se relacionar com as empresas, e os que utilizam mais de quatro canais gastam, em média, 9% a mais do que os outros.

Mas, como falamos, a digitalização das óticas significa mais do que ter um e-commerce. É preciso recriar - ou reinventar - a experiência do presencial no online. Para o cliente que faz questão de provar o modelo dos óculos, por que não oferecer a possibilidade de experimentar os óculos online, como um filtro de Instagram? Ou, a fim de realizar um orçamento prévio de lente online, fazer um pré-exame de vista em um aplicativo?



Devemos ver estas e outras funcionalidades se popularizarem em um futuro próximo conforme os varejistas se munirem de informações para conhecer o cliente. Esse é e sempre será o segredo do varejo: entender o comportamento do seu consumidor. A lógica é simples: para propor o produto ou serviço correto, na hora certa, é preciso conhecer bem o perfil de quem compra e, com base em dados, antecipar o seu comportamento, construindo uma experiência de compra excepcional.

Com o perdão do trocadilho, o varejista do segmento precisa de uma nova ótica para enxergar a importância estratégica dessas ações e novas tendências. A mudança de mentalidade, antes de qualquer nova tecnologia, é o primeiro passo para a evolução das óticas neste novo período de consumo que vivemos.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | falandodevarejo.com

domingo, 18 de abril de 2021

A segunda onda das vendas por WhatsApp e redes sociais

Não é novidade dizer que redes sociais como WhatsApp, Instagram e Facebook foram essenciais para a continuidade das vendas do varejo durante a pandemia. O uso dessas ferramentas se mostra vital para que os negócios possam, mesmo que longe de recuperar as vendas do passado, ao menos minimizar os impactos de permanecer com a loja física fechada.


Se muita gente “improvisou” a venda nessas plataformas durante os primeiros impactos da pandemia, buscando vender de qualquer jeito e com qualquer esforço, a situação atual do varejo (que pode permanecer por todo o ano) está levando as empresas a adotarem soluções cada vez mais adequadas de comunicação e vendas, buscando otimizar seus resultados.

A busca pelo WhatsApp, por exemplo, não é à toa. Mais de 93% dos brasileiros utilizam o aplicativo ao menos uma vez por dia, e ele se encontra instalado em mais de 99% dos celulares, segundo pesquisa da Panorama Mobile Time/Opinion Box. Ou seja, é uma ferramenta de comunicação que já está na mão do cliente, basta apenas encontrar os melhores caminhos para se conectar com ele.

Mas quais são eles?

1.) A comunicação não deve ser massificada

A lista de transmissão, embora uma opção prática na hora de enviar mensagens promocionais, já é algo tão ruim em resultados quanto o velho disparo de mensagens spam via e-mail. Em vez de enviar mensagens de maneira massificada, procure orientar seus vendedores a se comunicarem de forma mais personalizada. Quanto mais o cliente entender que está recebendo uma mensagem direcionada exclusivamente a ele, maiores serão as chances de receber uma resposta positiva. Afinal, quantas mensagens de texto ou imagens nos são encaminhadas diariamente e nem sequer são abertas? Acredite, os clientes têm a mesma percepção.

2.) Colete e gerencie informações de seus clientes

Para saber quem compra e como compra com você, o CRM ou um sistema que lhe ajude a registrar e gerenciar esses dados é essencial para fornecer insights para a tomada de decisão. E se antes apenas um caderninho de anotações ou um simples Excel dariam conta do recado, hoje o varejista precisa estar atento à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), evitando multas com o mal uso de dados de seus clientes.

3.) Catálogos digitais interativos

Ao enviar um catálogo para o seu cliente, evite mandar um PDF com dezenas de páginas, tal como na versão impressa. Além da visualização ser difícil nos telefones móveis, o cliente precisa sair da plataforma, navegar e depois retomar o contato para seguir com a compra. Links que direcionam para catálogos interativos digitais, hotsites ou mesmo uma página exclusiva de seu site podem aumentar consideravelmente a taxa de conversão e os resultados.

4.) Links nas redes sociais

Embora boa parte das redes sociais já comece a criar ferramentas próprias que possibilitem a venda de produtos diretamente no Instagram e Facebook, muitas empresas têm utilizado agregadores de links, como o Linktr.ee ou o Biolinky.co para direcionar aos seus catálogos digitais, marketplaces ou páginas especiais de seus sites, realizando a venda diretamente para seus clientes.

5.) Links de pagamento

Se no e-commerce já há um gap enorme entre a escolha dos produtos e a finalização da compra - muitos se assustam com questões de frete ou falta de parcelamento, por exemplo -, as vendas no WhatsApp ou redes sociais precisam buscar alternativas que facilitem a jornada do consumidor, evitando atritos. Oferecer pagamentos simplificados, usando links para pagamento ou soluções como o Pix, pode evitar que seu cliente desista da compra neste momento crucial para o varejista.

6.) Mais que um canal de vendas, um canal de comunicação

O mais importante é entender que, embora muitas empresas tenham aderido às redes sociais só após o início da pandemia, elas não devem ser observadas somente como uma ferramenta de vendas. Para o consumidor, esses canais também servem para se comunicar com a marca e, portanto, seu atendimento deve estar adequado a essa expectativa. Uma mensagem no WhatsApp, por exemplo, não pode levar horas para ser visualizada e respondida, correndo o risco de perder o cliente.

Ainda estamos passando por um cenário incerto, com as lojas físicas alternando entre abertura e fechamento de acordo com os acontecimentos em cada cidade. Por isso, o varejo não pode apenas sentar e esperar pela normalização e deve procurar mais do que apenas se digitalizar, mas criar o máximo de oportunidades e resultados com as ferramentas disponíveis para vender mais nesse momento.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | falandodevarejo.com

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

O varejo como uma tech company



Uma das movimentações que mais têm atraído minha atenção é que alguns varejistas começam a deixar de se enxergar como empresas somente de varejo e passam a ter um papel cada vez maior de usuários de tecnologia. Em alguns casos e situações, a mudança de mentalidade é tão grande que essas empresas até mesmo assumem a posição de protagonistas de suas próprias evoluções nesse sentido.

O varejo que passa a se identificar como uma empresa de tecnologia - ou como uma tech company, como o mercado apelidou - não é algo novo. Surpreendentemente, o tema acabou aparecendo mais de uma vez na última edição da NRF, um dos mais tradicionais eventos de varejo do mundo, realizado há mais de 110 anos, feito digitalmente pela primeira vez neste ano devido à pandemia.

E o que significa essa movimentação?

Segundo Niraj Shah, cofundador e CEO da Wayfair, marca online de móveis e decorações, essa mentalidade é uma consequência natural do próprio negócio. Mais de um terço de seus funcionários são de áreas de tecnologia, como suporte, desenvolvimento, analistas de dados, entre outros.

E no Brasil? Temos cenários parecidos?

Ao longo dos últimos anos, vimos algumas empresas se destacarem no cenário nacional, principalmente em relação à capacidade de transformação e força no cenário digital.

Segundo um estudo realizado pelo Github, uma plataforma voltada para desenvolvedores, alguns players do varejo brasileiro, como Magazine Luiza, B2W e Via Varejo, já possuem milhares de profissionais conectados à tecnologia. Coincidência ou não, são também alguns dos players que hoje já começaram a ultrapassar a barreira de serem apenas empresas de varejo para serem conhecidas cada vez mais como Ecossistemas de Negócios.

Empresas como a Magazine Luiza, por exemplo, há anos têm sido referência na aproximação com o ecossistema de startups, buscando fazer parcerias, investir ou mesmo adquirir empresas que façam sentido para a expansão e complementação de seus negócios. O movimento acabou sendo inspiração para uma série de outras empresas, como Natura, C&A e Mercado Livre.

A partir do momento que as companhias, hoje, conseguem crescer o negócio em escala, é preciso adaptar a cultura da empresa e estimular o ritmo necessário para acompanhar, desenvolver e, principalmente, realizar as entregas no mesmo tempo que seu mercado demanda. Não à toa, os processos ágeis são cada vez mais uma realidade dentro de operações, permeando áreas como o marketing, expansão e operações, por exemplo, ao invés de se restringirem ao TI da empresa, como acontecia em um passado recente.

Contar com empresas parceiras, ou mais especializadas em novas tecnologias, pode ser essencial para o início da transformação digital. Este, agora, é o foco não somente das áreas dedicadas à tal da digitalização, mas de toda a operação, impactando também times de logística e vendas.

Se posicionar como uma empresa de tecnologia não é um caminho para todas as companhias, mas parece ser um novo benchmark para as empresas que estão conquistando destaque neste mercado competitivo e dinâmico do varejo brasileiro.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | Editor | falandodevarejo.com

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

E esse hype do Clubhouse?


E esse hype sobre o Clubhouse? Confesso, sou Android, e por isso fiquei fora desse hype inicial, o que acho até bom. Ganhei um final de semana.

Na minha opinião, mais um time killer.

Antes de você começar a me criticar, é óbvio que teremos novos influencers, novos milionários, porém mais uma leva de pessoas que pelo FOMO (Fear of Missing Out, ou o medo de “ficar de fora”, em uma tradução livre), estão deixando de lado o que é de fato importante, como viver e fazer, para apenas acompanhar, ou tentar buscar relevância.

Vou na onda de um comentário que li aqui no LinkedIn, que assim como as lives e o ruído no início da pandemia, pode ser que o povo encha o saco em pouco tempo. Mas como tudo é hipótese, no mínimo fará barulho até a próxima rede aparecer.

Um ano depois (ou um pouco mais, não me lembro), o TikTok, o hype de 2020 que fez até o Instagram criar o Reels, não parece mais tão espalhafatoso, e talvez daqui um ano, o Clubhouse seja igual.

Cada vez que vejo algo nesse sentido, cada vez mais acredito que redes sociais não são locais para se estar, mas apenas locais para "surfar" enquanto a onda dura. 

Nesse momento, a única que vejo sólida em seu propósito, finalidade e constância ainda é o LinkedIn, mas para um mercado mais focado, mais no B2B. Nesse tipo de networking de negócios, é ainda o melhor.

O Facebook é aquela camiseta velha que você custa a jogar fora. Tá surrada, cansada, você não tem coragem de contar que ainda tem, mas sempre que pode, usa. 

O Twitter é aquela bicicleta ergométrica que você comprou prometendo usar, e usou no começo, mas virou um cabide. Você usa para replicar conteúdo, mas não tem tempo para ficar alimentando aquilo. 

O Instagram é aquela revista Caras no consultório do dentista, que a gente fica folhando para ver a vida dos outros na praia, na piscina ou nos momentos de sucesso.

O Tik Tok é aquele brinquedo que você comprou para o seu filho que você nem sabe ligar direito, quanto mais usá-lo.

E por fim, o Clubhouse parece (até pelo nome), aquela balada que existiu na Vila Olímpia em São Paulo no início dos anos 2000 que bombava de gente com fila na porta e lista VIP, que ficava naquela rua....se lembra?

Pois é, nem eu...


Grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | falandodevarejo.com

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Na era da experiência, como será redefinida a profissão do vendedor no PDV?


Nos últimos 12 meses, as lojas físicas passaram por uma incrível transformação. Com o isolamento social, foi preciso fechar as portas, literalmente da noite para o dia. Especialmente para quem não tinha um e-commerce sólido, foi um momento de correr atrás de soluções que pudessem ser colocadas em pé rapidamente.

Aos poucos, as empresas foram percebendo que a vida tinha ficado mais difícil, mas não impossível. O WhatsApp se consagrou como o principal meio de comunicação com clientes que estavam com medo de sair de casa - e que, mesmo que quisessem sair, encontrariam a loja fechada. E o varejo percebeu que “loja com porta fechada” não é a mesma coisa que “loja que não fatura”: era possível despachar pedidos usando o estoque do PDV.

Ao mesmo tempo, os marketplaces serviram como um porto seguro para milhares de lojistas que passaram a depender do online para vender. Plugar a loja no Mercado Livre, Magazine Luiza, Via Varejo ou B2W abriu novos horizontes e mostrou todo um universo de possibilidades e de desafios. Mídia programática? Mídia nativa? CAC? LTV? Taxa de conversão? Bounce rate? Foi preciso aprender um novo vocabulário.

Com a reabertura gradual do comércio, começou um outro movimento. As lojas reabriram, mas com um fluxo de clientes bem diferente do normal. Em alguns casos, como em materiais de construção, com vendas acima da média. Em quase todos os outros, com novos desafios.

Um alerta que tenho feito e que preciso fazer de novo: se você está esperando que a situação volte ao que era antes, esqueça! A pandemia mudou o varejo para sempre. Desafios como a diminuição do tráfego nas lojas serão cada vez maiores, já que os clientes se acostumaram a pesquisar online. O consumidor não precisa mais ir até a loja para conhecer um produto ou obter mais detalhes: basta olhar no celular.

 

A loja física em xeque

O que vimos de uma forma dramática durante o isolamento social já vinha se desenhando, mas apareceu com força total na pandemia e ficou evidente para quem quisesse ver. O papel da loja física mudou. Não acredita? Então veja:

·       A loja como lugar para conhecer produtos: o cliente não vai mais à loja para ver novidades. Ele pode fazer isso nas redes sociais ou no Google.

·       A loja como lugar para ser inspirado: o Pinterest traz referências do mundo todo, sobre o que você quiser. Sabe aquele ambiente bonito na loja, em que o cliente se sente o dono do mundo? Ele pode ver dezenas de opções na tela do celular e saber muito mais sobre cada detalhe, cada produto.

·       A loja como um lugar de socialização: esse papel a loja perdeu para o Instagram, o Facebook, o Twitter e o WhatsApp. As redes sociais são o lugar para ver e ser visto.

·       A loja como um lugar para fazer compras: a internet está aí e todos os setores do varejo precisaram abraçar o ecommerce durante a crise. Mesmo os supermercados, onde a presença online é muito pequena, aceleraram muito as vendas no ano passado.

Com tudo isso, não custa perguntar: tem futuro para a loja física? E para o vendedor?

Claro que tem futuro! Mesmo com tudo o que aconteceu em 2020, o ecommerce representa no Brasil algo em torno de 10% das vendas do varejo. Em outras palavras, 90% das vendas continuam acontecendo nas lojas físicas. O que não quer dizer que você não precise se mexer.

Todo mundo tem que ser omnichannel

O consumidor já mostrou como tem que ser o futuro. Não precisa ir longe, olhe para você mesmo: é muito provável que você passe algum tempo no Instagram e, enquanto está lá, recebe uma publicidade de alguma coisa que te agrada. Uma peça de vestuário, por exemplo. Clica, é direcionado ao site, vê vários produtos, gosta de uma calça, mas não compra nada. No dia seguinte, busca aquele produto no Google, lê notícias sobre ele, compara preços.

Como você ainda não decidiu, resolve passar no shopping mais tarde para ver o produto ao vivo, mas não quer gastar muito tempo com isso (ainda mais durante a pandemia). Então manda um WhatsApp para a loja para reservar. No fim do dia, vai pessoalmente à loja, gosta da calça, mas prefere em outra cor. Indisponível na loja, mas o lojista entregará no dia seguinte em sua casa. Então você compra, mas paga pelo Pix para reduzir o contato.

Percebeu que você, nesse processo, foi do online para o offline, e de volta para o online, mesmo pagando na loja? O que importa é que o cliente foi atendido e comprou o que queria. Saiu satisfeito e é possível que volte em outra oportunidade.

Mas, para isso tudo funcionar, o vendedor precisa mudar.

 

O novo vendedor do pós-pandemia

O vendedor não vai morrer. O que vai desaparecer é aquele “tirador de pedidos”, que está na loja esperando o cliente aparecer para tentar empurrar o produto que rende uma comissão melhor. Esse atendimento, felizmente, tem dias contados.

O novo vendedor é ativo e digital. Ele aproveita as redes sociais para contatar o cliente. Ele usa o WhatsApp para mandar as novidades para os VIPs, usa o celular como um apoio às suas vendas e, se o produto que o cliente quer não está na loja, aproveita o e-commerce para fechar a venda no online ou encomendar o produto para que o cliente retire na loja.

Esse novo vendedor tem que ter a cultura digital na veia. Ele precisa ser treinado para usar o smartphone para vender, tem que se transformar em um influencer, subir vídeos para as redes sociais, estimular o relacionamento com os clientes e ter liberdade para fazer tudo isso do seu jeito, mas mantendo o espírito da marca. E esse é um senhor desafio para o RH das empresas, não é mesmo?

O lado bom desse desafio é que o vendedor digital do pós-pandemia sabe que o e-commerce pode ser um grande parceiro e entende que pode ganhar muito com isso. Um exemplo que já está virando clássico é o da rede de vestuário Farm: as vendedoras estimulam as vendas online e recebem comissão nas vendas que são feitas por suas clientes. Com isso, elas não ficam limitadas a vender somente no período em que a loja fica aberta: elas podem vender 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer lugar do mundo.

Claro que, para que isso funcione, o vendedor não pode considerar o ecommerce como um adversário. A melhor forma de resolver isso é no bolso mesmo: remunerar o vendedor pelas vendas online é um jeito garantido de fazer com ele veja o canal online como uma oportunidade e não como uma ameaça.

O consumidor hoje já é digital e omnichannel. O varejo também precisa ser. E só vai conseguir ser omnichannel e ter muito calor humano quem colocar o vendedor no centro desse palco para encantar os clientes.

E aí? Quer saber como avançar nesse novo varejo? Comenta aqui e vamos continuar essa conversa!


Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | Editor | falandodevarejo.com


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Os 5 Ss da pandemia nos negócios



Uma das melhores palestras apresentadas na última NRF 21 foi a do especialista Mitch Joel, batizada de “A grande compressão”. Um trocadilho com “A grande depressão” dos anos 30, mas que ilustrava como a pandemia acabou acelerando tecnologias e transformações. Muitos dizem que vivenciamos algo entre 3 a 5 anos em evolução na forma como compramos e vendemos, nesses quase 11 meses de pandemia.

Um dos pontos altos foi quando ele subdividiu esse momento em três grandes estágios. Segundo Joel, teríamos os períodos de Stand (manter), Survive (sobreviver) e Strive (esforço para crescermos a partir daí). Juntando a palestra (gravada no final do ano para ser transmitida no evento), alguns outros conteúdos que estou compilando de outras palestras e o exato momento que vivemos no contexto geopolítico e econômico, ouso propor uma nova segmentação para o período que vivemos e iremos viver nos próximos meses. Essas fases formam o que eu chamo de 5 Ss da pandemia, dentro da realidade do varejo brasileiro:

Susto (março de 2020)

A gente já ouvia falar da pandemia. Mas, a verdade é que embora houvesse rumores no país, foi somente a partir da segunda quinzena de março que sentimos os primeiros efeitos nos negócios. Período em que aconteceram as primeiras restrições e recomendações para permanecermos em casa. A partir daí, começou também o período de isolamento e home office da grande maioria dos brasileiros, ainda imaginando que “em alguns meses” tudo passaria.

Sobrevivência (abril de 2020)

A partir da primeira virada do mês, vivendo ainda um período de incertezas, muitos empreendedores iniciaram mudanças em seus negócios. Mas, a grande maioria esperava que as restrições que se tornavam cada vez mais pesadas pudessem ser flexibilizadas de alguma maneira.

O susto inicial se tornava o pior pesadelo, com as receitas despencando sem a chance de se retomar os negócios da mesma maneira. Para alguns negócios já se perdia a primeira data sazonal do mercado, a Páscoa, com vendas apresentando quedas absurdas se comparadas ao ano interior.

Solução (entre maio e dezembro de 2020)

Em meio à um cenário de pandemia cada vez mais crescente, não houve alternativa senão inovar em canais e modelos de negócio. Enquanto os maiores varejistas já tinham realizado alguma movimentação  nas primeiras semanas de pandemia, implantando ainda em abril sistemas de drive-thru, clique e retire, canais de vendas por WhatsApp, entre outros, muitos ainda aguardavam algum retorno à uma normalidade que se colocava cada vez mais inviável e improvável.

Mas, pensando em como seria possível reverter as perdas de datas sazonais importantes do calendário como: Dia das Mães e Dias dos Namorados. A cada proximidade de uma nova data, todos tínhamos esperança de que teríamos um cenário mais favorável até chegar o momento de vendas, fato que não aconteceu.

Em meio à pandemia, o resultado das empresas que rapidamente souberam se reinventar começou a aparecer. Se algumas começaram a reconstruir resultados, outras dada sua agilidade de movimentos ou inovações, conseguiram criar resultados até maiores do que em um ano normal.

Tivemos nesse momento a óbvia supremacia dos canais digitais, que mesmo em empresas onde já estavam implantados antes da pandemia, começaram a apresentar crescimentos espantosos, superando em até 2 ou 3 vezes os resultados antes da pandemia.

Mas, mesmo que os números da pandemia a partir de julho começassem a apresentar uma queda e o mercado iniciava um período de flexibilização das atividades, o temor de uma segunda onda de contágios já se iniciava na Europa e Ásia.

O que se tonou realidade ao final do ano, em que vivemos um momento de novas restrições. Nessa fase, os empreendedores tentavam buscar os últimos resultados nas vendas de final de fim de ano e  depositavam  esperanças em um futuro mais favorável. Resultado disso, calçadões e shoppings lotados e uma segunda onda de contaminações, que aconteceu exatamente pela maior movimentação das pessoas.

Saúde (entre janeiro e dezembro de 2021)

Exatamente o momento que estamos. Início da vacinação no Brasil e em meio à tantas dúvidas sobre como, quando, onde e se haverá vacina para todos. Um cenário ainda de incertezas, mas de esperança de que estamos “mais próximos da saída do que da entrada” da crise e da pandemia. É a saúde e o controle dela que ditará as regras de como o mercado e seu público consumidor irá responder.

Possivelmente, viveremos ao menos no primeiro semestre, um período de ocasionais restrições e liberações com reflexos diretos nos negócios. Aqueles que souberam inovar e implantar novos canais e maneiras de se manterem competitivos, até mesmo lucrativos, podem experimentar algum crescimento.

Em meio a um mercado que encara cada vez mais o chamado “novo normal”, apenas como “normal” daqui para a frente. Para as marcas que acreditavam que tudo seria como antes em 2021 é tarde. Mas, ainda há tempo para buscarem novos caminhos ou modelos de negócio.

Salto (a partir de 2022)

Boa parte dos economistas já aponta que no pós-pandemia, possivelmente a partir de 2022, com boa parte do mundo vivenciando um potencial cenário sem riscos de contaminação, poderá ter uma aceleração em diversos setores. Possivelmente alavancando os setores que mais foram afetados durante a pandemia, como turismo e lazer.

Em minha opinião, viveremos um novo momento das lojas físicas. Muitos consumidores, exaustos do mundo digital, redescobrirão a experiência da loja física que irá ter novamente o papel de principal ponto focal para muitas marcas. Mas, de uma maneira em que os aprendizados “digitais” da pandemia serão cada vez mais parte da experiência presencial.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | Editor | falandodevarejo.com

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

O que esperar da NRF em 2021

A partir de hoje acontece um dos maiores eventos de varejo do mundo, a National Retail Federation (NRF). Em sua 110ª edição, o tradicional congresso nova iorquino se adaptou à nova realidade e será dividido em duas edições para driblar o cenário de pandemia: a primeira, que começa nesta semana, será online, em um formato inédito 100% digital; e a segunda, programada para ser presencial no mês de junho, com a expectativa de um cenário positivo para a vacinação mundial.


Consolidada como um centro de debates e tendências do varejo, o modelo inédito online permitirá que o evento abra as portas para os varejistas que não poderiam custear passagens, ingressos e hospedagens para o evento. É uma oportunidade única para o empreendedor preparar seu negócio para o ano e, mais do que isso, para o futuro, sem ficar para trás.

Muito além do modelo inovador, o evento tem uma missão especial: conversar sobre a mudança profunda pela qual o varejo foi submetido durante o último ano e ajudar o setor a desenhar estratégias para o novo consumidor, que mudou seus hábitos de compra tão rapidamente também. O mercado que vivenciou mais de cinco anos de transformação em apenas um, acelerado pela pandemia e a necessidade de novos e melhores canais de venda e comunicação com os clientes, além do digital como um dos principais palcos para que isso aconteça.

Para quem irá participar do evento pela primeira vez nesta edição virtual, seguem aqui algumas dicas do que poderá encontrar na programação:

  • Keynote: são os principais eventos da grade, normalmente abrindo ou fechando os dias de evento. Neste ano, um dos destaques é a presença da ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice.

  • Featured Sessions: são sessões de destaque, onde normalmente há um bom conteúdo programado e com temas diversos.

  • Exhibitor Big Ideas: são as sessões patrocinadas, normalmente por empresas de tecnologia, com foco em temas da mesma área. Abordam cases sobre transformação digital, meios de pagamento, jornadas de experiência do cliente, entre outros.

  • Interactive Discussion Room: são salas pequenas, voltadas apenas para varejistas, com limite de 50 pessoas. Similares a salas de reuniões virtuais, onde todos podem debater os temas com os convidados.

  • Equality Lounge: um dos grandes destaques dessa edição é a área de conteúdos voltados à diversidade nos negócios.  Serão discutidos temas como: liderança, gestão, empreendedorismo, entre outros.

Entre as curiosidades da edição, há a grande expectativa para saber como será a Expo - espaço voltado aos expositores. Durante todo o ano de 2020, um dos maiores desafios para as empresas produtoras de eventos foi buscar simular, de alguma maneira, a experiência de se visitar esse tipo de feira, além de tornar mais fácil e interativo o acesso às novidades, produtos e soluções ofertadas. Ainda uma grande incógnita, em meio a uma feira onde estão anunciadas mais de 350 empresas.

Mesmo virtual, com mais de 100 sessões programadas, os seis dias de evento deverão mais uma vez trazer grandes temas para as discussões do que poderemos encontrar no varejo em 2021 e no futuro próximo. 

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor | falandodevarejo.com

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

5 lições para o próximo ano


2020 foi um ano em ritmo “K”: Ao passo que algumas empresas frustraram suas expectativas de negócios, viram suas vendas caírem à níveis críticos ou até mesmo tiveram que encerrar suas atividades, outras tiveram um crescimento espantosos e souberam como poucas transformarem as adversidades em oportunidades de negócio.

Costumo dizer que é muito fácil encontrar justificativas para os fracassos ou nos espelharmos em pessoas e empresas que falharam da mesma maneira. É comum nessas horas termos respostas como: “mas o mercado todo está ruim”, “estão todos dessa maneira”, e outras que busquem justificar os erros encontrando cúmplices.

Um dos maiores erros do varejista é se apegar à maneira que sempre fez tudo à sua maneira. Novos tempos podem exigir novas formas de se encarar o negócio e a como o seu cliente consome ou compra de você. Basta uma simples análise das empresas que estão conseguindo conquistar mais mercado ou expandir seus negócios em meio à mesma tempestade que você está enfrentando, e perceberá que a resiliência e a coragem para tentar o novo foram fundamentais para a construção de resultados diferentes.

Separei nesse artigo 5 questões importante que vão continuar a balizar o mercado em 2021, mesmo como a iminência de uma vacinação. Em minha opinião, ainda teremos um mercado que pode crescer, mas que passará ao menos o primeiro semestre com contínuos riscos e fragilidades.

1) Olho na gestão e nos estoques

Pior do que enfrentar uma crise de consumo, é enfrentar uma crise de consumo aliada à uma crise de estoques, sobretudo de insumos que acabam afetando toda a cadeia de distribuição. Nunca ter à mão um controle inteligente da gestão do negócio e de seu estoque foi tão imprescindível para buscar operar de forma enxuta e eficiente, e com certeza, é algo que fará a diferença para as empresas que investiram nessas questões, entendendo melhor o que vende mais e o que poderia ser considerado supérfluo para a empresa e seus consumidores. Da mesma maneira, o controle da gestão permite que empresas operem medindo e buscando alta produtividade de vendas e operações. Em tempos de vendas em baixa, maximizar resultados é o novo mantra do negócio.

2) O digital é uma proteção ao negócio

Em tempos de pandemia, os meios digitais foram os grandes protagonistas na hora de se buscar resultados em meio as restrições e as operações físicas dos negócios. De redes sociais a marketplaces e plataformas de e-commerce, estar presente no digital foi vital para a manutenção e continuidade de receitas. Para quem não fez a lição de casa até o momento ou começou a buscar novos caminhos, ainda é tempo, e será cada vez mais essencial entrar nesse jogo, que se mostra uma proteção ao negócio. Muita gente descobriu na crise que ao invés de ponto de venda, tinha apenas “um” ponto de venda com o consumidor. Ter outros pontos de venda, ou contato, faz-se necessário em momentos como o que vivemos hoje.

3) A flexibilização veio para ficar

Home Office. A flexibilização dos escritórios, embora tenham um impacto direto em pouco mais de 10% da população economicamente ativa, afeta indiretamente uma série de outros negócios. Principalmente, aqueles que dependem de estarem próximos a regiões de escritórios ou comerciais, como negócios baseados em serviços e conveniência. Será um ano onde a flexibilização ainda será algo presente no dia a dia, e essas regiões ainda irão levar tempo até encontrar tráfego ou fluxos similares aos tempos pré-pandemia. Buscar outros canais ou maneiras de se vender ainda será importante em 2021. Em casos mais drásticos, pode até mesmo ser necessária uma completa reinvenção de seu negócio.

4.) Conveniência é a bola da vez

Mais do que estar no digital, tenho dito que a questão mais importante é estar “disponível” ao seu consumidor. Delivery, Dark Kitchens , Dark Stores, Lockers, entre outros vão estar cada vez mais presentes no nosso dia de maneira que a gente possa cada vez mais comprar quando e como queremos comprar. Se a logística é a mãe da conveniência, o meio de pagamento é o pai. Quando se falam de meios de pagamento, incluem-se novos e mais simplificados meios de pagamento, talvez abolindo num futuro cada vez mais próximo o total desuso de cartões ou dinheiro em espécie, movimentados por transformações como o QR Code e o reconhecimento facial, apoiados por iniciativas como o Pix e o open banking.

5) Treinar e principalmente reter talentos é fundamental

Em meio à flexibilização de atividades, escritórios virtuais e a uma tímida e frágil retomada do cotidiano, é mais do que importante buscar reter o capital intelectual da empresa, centrado em seus colaboradores. No início da pandemia, empresas que tinham uma sólida cultura empresarial, ao colocar seus colaboradores trabalhando de forma remota, viram em um primeiro momento pouca dificuldade em manter esses valores de forma virtual. Com poucos ajustes, a cultura pode ser colocada nos trilhos. Porém, com a continuidade da pandemia e seus efeitos, e em consequência, desligamentos ou novas contratações, tem sido uma das grandes dificuldades para empresas de todos os portes e segmentos fazer com que novos colaboradores entendam, vivenciem e absorvam os valores e cultura das empresas. Na prática, para muitos, a troca de empresa tem sido a troca das pessoas com que se comunica e o conteúdo recebido na tela do computador, uma vez que o ambiente de trabalho continua a ser a própria casa do colaborador. Dessa forma, além de treinar, buscar reter os melhores talentos, ou os melhores defensores da cultura da empresa é importante para que ela não se perca de alguma forma.

Mesmo com muitas das perspectivas “em aberto”, 2021 pode ser um ano de grandes resultados para todos que souberem aproveitar os aprendizados de 2020, transformando estes em oportunidades.

Grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | @caiocmgo | falandodevarejo.com

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Varejo: o nome do jogo é disponibilidade

Estamos vivendo um momento especial no varejo. Os 36 meses do interminável 2020 transformaram de vez as estratégias do nosso setor, mudaram as bases do relacionamento com o cliente e geraram uma nova forma de pensar lojas, canais, produtos e serviços. E quem não entender como o jogo mudou vai acabar ficando de fora.


Vamos começar pelo começo. Tradicionalmente, o varejo fazia a intermediação entre o fabricante e o cliente, funcionando como parte do processo de marketing para promover produtos. Nessa visão tradicional, focada no produto, o cliente é o “público-alvo”, o “target”. O objetivo é acertar o alvo, gastando o mínimo possível de recursos para ser mais rentável.

Essa é uma visão que só funciona se o cliente é passivo, sempre dependente das informações trazidas pelo varejo e pela indústria. Também só funciona se a loja física é, ao mesmo tempo, o showroom dos produtos e o lugar de fechamento das transações.

É uma cadeia bem fechada de processos: o cliente recebe uma informação por meio da publicidade e vai à loja física para ver as novidades e comprar. É um tempo em que o consumidor só conseguia comprar se a loja estivesse aberta e em que ele estava em desvantagem, pois o vendedor costumava saber muito mais sobre o produto, os concorrentes, preços e condições de pagamento.

Percebeu que tudo isso mudou nos últimos anos?

O smartphone empoderou o consumidor. Hoje, ele não é mais passivo, esperando informação: tudo está disponível online. A mensagem das marcas não é mais a única: outros consumidores que usaram aquele item postam suas opiniões online e há espaços para questionar. Há hoje uma oferta muito maior de qualquer produto: nada de 5 ou 6 canais de TV ou 4 modelos de carro, como era na minha infância. A oferta hoje é praticamente infinita, vem de qualquer lugar do mundo e está à disposição do cliente em um ou dois dias (e às vezes, até mais rápido).

Em 2020, tivemos a pá de cal sobre o jeito tradicional de pensar a relação empresa/consumidor. Com a pandemia, até as empresas mais atrasadas tecnologicamente precisaram encontrar soluções para as lojas fechadas. Milhões de clientes passaram a comprar online - e muitos deles não irão voltar quando uma vacina estiver amplamente disponível.

Agora é a loja que corre atrás

Se no passado o cliente precisava ir às lojas para conhecer novidades, se informar e até mesmo socializar, hoje ele não precisa mais do PDV para nada disso. Aplicativos, e-commerce e redes sociais cumprem essas funções melhor, mais rápido e de forma mais prática. A loja precisa oferecer algo a mais, porque o que funcionava antes já não funciona.

Esse algo mais é a disponibilidade. A loja precisa estar disponível tanto online quanto offline, 24 horas por dia, todos os dias da semana. Se o cliente quiser um sapato social tamanho 38 em um domingo à noite, em alguns cliques ele consegue encontrar quem ofereça o produto. Mesmo em setores mais ligados à emoção, como moda e alimentação, existem “n” concorrentes com um produto semelhante ao seu. Sabe quem ganhará a preferência? Quem estiver à disposição do cliente, for facilmente encontrado na hora que o consumidor quiser e entregar rapidamente.

O produto dificilmente é diferencial. A localização, também não. O que faz a diferença é estar a postos, pronto para atender o cliente quando ele precisar - ou desejar. E rápido: não adianta seu site ser maravilhoso, você ativar o cliente nas mídias sociais o tempo todo com ofertas relevantes e super assertivas, se o seu prazo de entrega for de 11 dias úteis. O cliente quer ser atendido o mais rápido possível e, normalmente, ele consegue isso: qual foi a última vez que você esperou mais de 5 minutos por um Uber?

Para conquistar a preferência do consumidor, é preciso, em primeiro lugar, entender que não é mais a loja que manda nessa relação. O cliente não é mais alvo: ele é rei. Ele é quem determina quando, onde e como ele terá o que deseja. É um jeito mais simples de falar em customer centricity: o cliente é o centro da estratégia das empresas e o varejo está ali para servir. E, se está ali para servir, precisa estar disponível o tempo todo.

Por isso, no varejo pós-pandemia o varejo bem-sucedido será aquele que oferecer mais disponibilidade. É aquele que está à disposição do cliente a qualquer momento e que aparece em primeiro lugar nas buscas do Google, quando o aplicativo de delivery é aberto e também quando o consumidor está passeando na rua. O varejo físico não vai deixar de existir: o que vai morrer é aquele varejo que fica esperando o cliente aparecer. Algum concorrente será mais proativo, irá atrás do consumidor e o conquistará.

O que você está esperando para ir atrás do seu cliente?


Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo | Editor | falandodevarejo.com

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Pronto para decolar seu negócio?



Star Trek, ou Jornada nas Estrelas conforme sua tradução em português, se tornou um verdadeiro clássico da televisão e do cinema mostrando as aventuras da equipe da famosa nave Enterprise “indo aonde nenhum homem jamais esteve”.

É interessante lembrar que o nome Enterprise significa “empreendimento”, e que é possível se criar uma analogia muito interessante entre o universo das viagens espaciais e o universo dos negócios.

De fato, estamos cada vez mais vendo marcas de varejo crescendo para escalas e presença nunca imaginadas. O conceito de ecossistema é cada vez mais uma referência para as grandes marcas, baseando-se no sucesso de marcas como Alibaba e Amazon lá fora, e até mesmo tendo já referências nacionais, como Magazine Luiza, Mercado Livre entre outros.

Mas, como é que se chega até onde estão essas marcas? Qual o melhor caminho?

É como uma viagem de foguete. Antes de alcançar a Lua, é necessário ter combustível e força nos motores para se decolar. Não dá para alcançar o conceito de ecossistema, sem antes alguns estágios de lançamento.

Pensando nisso, desenhei aqui, de maneira muito lúdica, o que seriam os passos para que seu foguete, ou melhor, seu negócio, alcance vôos cada vez maiores e mais altos.

Primeiro estágio: decolagem

Com certeza você já viu algum vídeo de um foguete decolando, correto? Para um foguete literalmente sair do chão, com o objetivo de alcançar o espaço, é necessária uma força incrível de propulsão, aliada à uma grande quantidade de combustível para essa decolagem. Nos negócios, o nome dessa força é gestão, e o nome do combustível, dados.

Não adianta somente hoje vender. Para se ter um objetivo concreto de crescimento, é necessário que sua empresa conheça bem o que tem e como pode crescer. Entender seu consumidor, entender e otimizar sua capacidade de estoque e vendas, performar de maneira cada vez mais otimizada é essencial para tirar sua empresa do lugar comum, ou seja, do solo.

Segundo estágio: escala

Para crescer hoje, é necessário se pensar em escala. Você até pode buscar crescer da forma tradicional e orgânica, montando novas unidades de acordo com o sucesso das unidades já abertas ou consolidadas. Mas, modelos de negócio como o franchising ou os canais digitais, permitem que as marcas alcancem  rapidamente mais consumidores.

A pandemia forçou a transformação digital de muitos negócios, além de ter gerado outros que já nasceram nesse meio. Ser digital se trata cada vez menos de ter um novo canal e cada vez mais de buscar formas de estar disponível ao seu consumidor, da maneira e no tempo que ele deseja comprar e receber de sua empresa.

Terceiro estágio: ecossistema

Consolidado o segundo estágio, está na hora de pensar em conceitos maiores. Voos mais altos permitem a confiança de se buscar novos desafios, e avançar além de onde está o mercado. O mercado e as marcas que estão conseguindo alcançar esses novos horizontes, estão ampliando suas atividades para muito além de suas atividades iniciais.

O avanço tem permitido que empresas de varejo comecem a flertar além de segmentos distintos de sua origem (uma rede de eletro que comece a vender moda ou alimentos através de parcerias ou aquisições), para uma ampliação cada vez maior de serviços (como aplicativos de delivery, seguros, assistência médica). Ou, até mesmo, buscando um mercado totalmente fora do varejo como parcerias ou iniciativas no mercado financeiro, visando oportunidades como o open banking e as carteiras digitais. Esse movimento cria novos públicos e uma integração cada vez maior que permite uma visão de “ecossistema” do conjunto.

Não é um caminho simples, assim como uma viagem de foguete também não é. Mas, com objetivos claros, foco e determinação é possível.

Olhando o exemplo acima descrito, é claro que uma empresa pode até buscar decolar a partir do segundo estágio antes de ter eficiência no primeiro. Mas, encontrará mais dificuldades em seu caminho para alcançar o terceiro estágio. Entretanto, quanto mais eficiente você for na primeira etapa, mais natural e fácil será o avanço para a segunda e assim por diante.

Assim como em viagens espaciais são necessários treinamentos, capacitações e principalmente tecnologia que permita que tudo seja feito com controle e segurança em seus processos.

O que te impede de decolar hoje?


Um grande abraço e boas vendas


Caio Camargo 

Editor | falandodevarejo.com

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Os dois mundos do WhatsApp para os negócios em tempo de pandemia


Com certeza, o WhatsApp sagrou-se durante a pandemia, como a grande ferramenta de transformação digital para a maior parte do varejo. Presente em simplesmente mais de 99% dos celulares, segundo um estudo lançado ainda no início do ano pela Panorama Mobile Time/Opinion Box, o aplicativo se tornou um caminho rápido e fácil para um primeiro contato “digital” entre marcas e consumidores, considerando principalmente as pequenas e médias empresas do mercado, pelo simples fato de que muitas dessas até o momento da pandemia, nunca tiveram sites ou plataforma de e-commerce.

Reféns de questões como isolamentos sociais, restrições de horário e lockdowns, viram na ferramenta um poderoso caminho para se alcançar os consumidores mais fiéis ou quem sabe até mesmo buscar novos consumidores.

Mas não tem sido um caminho fácil.

Em primeiro lugar, por conta da tradicional falta de dados do varejista brasileiro. Sem dados de clientes, sem entender quem mais compra, ou quem compra de maneira mais recorrente em seu negócio, ficou difícil para muitos dar o primeiro passo.

Se antes da pandemia, e para a maioria das marcas, permitir que o vendedor utilizasse o celular durante o expediente parecia algo inconcebível, com a pandemia, esssa questão se tornou vital para os negócios. Fazer com que os vendedores tivessem um papel mais ativo na busca e ativação de novos ou velhos clientes, utilizando os celulares e o WhatsApp como ferramenta se tornou essencial.

E há dois mundos nessa jornada.

Um WhatsApp ativo, e um WhatsApp receptivo.

Na geração “ativa” de negócios, usando o WhatsApp como canal de comunicação e promoções, muitos tem sido os bons exemplos. A utilização de listas de transmissão, por exemplo, conhecida antes por poucos, virou ferramenta básica de um vendedor na hora de se relacionar com seus clientes e conseguir alcançar mais vendas potenciais, com a distribuição de ofertas, lançamentos e cupons digitais.

Porém, quando se abre um canal de comunicação com o consumidor como esse, onde a mensagem é entregue de forma instantânea, há de observar que da mesma maneira que o vendedor pode obter algumas respostas rápidas com o bom uso da ferramenta, os consumidores desejam ter rápidas respostas sempre que possam usar o mesmo canal de comunicação para se comunicar com a marca ou a loja.

Estamos falando da maneira que você recebe as mensagens de seus clientes, quando esses desejam entrar em contato com você, seu canal “receptivo”.

Um exemplo claro disso, são os relatos de diversos consumidores, que ao enviar uma mensagem para o “WhatsApp da loja”, as vezes só são respondidos depois de horas, ou em alguns casos, até mesmo dias. Mesmo que versões “business” do WhatsApp possam facilitar oferecendo ao consumidor o horário de atendimento no canal, não são poucos os relatos de consumidores que mesmo em horários em que o atendimento deveria estar funcionando, as respostas levam muito mais tempo do que o desejado.

Eu costumo a dizer que o desafio do digital nunca esteve na questão de vender. A questão hoje do digital está em atender e entregar dentro da expectativa dos consumidores. Será sempre uma relação de expectativa: Se você consegue atender à expectativa gerada, já é ótimo. Se você não consegue atender à alguma expectativa de seu consumidor, é exatamente aí que você deve se focar em melhorar seus serviços e processos.

Vivemos em um momento onde o protagonismo e a intensidade do digital tem pressionado cada vez mais as marcas à buscarem não apenas abrirem novos canais de “disponibilidade” de produtos e serviços, mas sim serem extremamente eficientes em suas entregas e prestação de serviços. Simples problemas, mesmo que pontuais, podem trazer ao invés de vendas, grandes prejuízos, com a fuga de clientes para concorrentes ou alternativas de mercado.

Existem dois mundos no WhatsApp, um ativo, e um de receptivo. Busque entender como você está trabalhando em cada um deles, simule uma compra com seus vendedores ou sua loja, para entender o tempo de resposta, busque na tecnologia, maneiras de otimizar esses processos. Busque em seus erros, as soluções para a partir disso oferecer uma experiência incrível de atendimento.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor | falandodevarejo.com

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

O poder do digital na evolução das cidades



Recentemente foi anunciada a concretização da venda da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo. Um aguardado desfecho que irá transformar a antiga planta da montadora em um dos maiores centros logísticos da América Latina.

A localização privilegiada, um ponto de convergência entre as cidades do Grande ABC, a cidade de São Paulo e o litoral paulista, mostra-se com um incrível potencial para atender principalmente a logística de empresas focadas no comércio eletrônico e com alta necessidade de capilaridade logística, favorecendo a rápida distribuição para esses pontos.

Qual a questão importante em um processo como esse?

O Grande ABC, que viveu nas décadas finais do século passado anos de abundância em função das montadoras, devido a questões que vão da globalização à automatização de alguns processos, passando até mesmo por uma revolução no modelo de consumo desse tipo de bem, em que o uso começa a ser mais valorizado do que a posse, viu nos últimos anos o derretimento de algumas dessas indústrias e seu entorno.

Há alguns meses, ao anunciar a decisão de fechamento, até mesmo figuras da política tentaram alguma intervenção ou adiamento, com receio do impacto econômico-social que essa decisão representaria na economia da cidade e sua região.

Esse é um dos emblemáticos casos do poder de transformação e crescimento que as novas tecnologias irão trazer ao mercado.

O novo centro logístico tem a estimativa de empregar mais de 5 mil pessoas, o dobro do que a planta industrial empregava. Um novo centro logístico, focado ou relacionado às empresas com drive digital, poderá mudar todo o papel de seu entorno. Startups, hubs, investidores e demais atores do ecossistema de inovação brasileiro podem acabar se aproximando de um novo centro logístico, atraindo o interesse de escritórios, serviços, lojas, restaurantes, entre outros serviços, que possam funcionar em sinergia com as novas atividades

Pode ser o começo de uma nova etapa, uma nova era para o passado industrial da região do Grande ABC. O começo de uma nova era, digital e focada em serviços, como os novos tempos pedem.

Mesmo em meio à crise que vivemos, o Brasil ainda consegue se destacar como um dos países que mais produzem unicórnios (as startups que valem mais de US$ 1 bilhão).

Movimentos como esse podem favorecer novas empresas a alcançarem os mesmos patamares!

Atenciosamente,

Caio Camargo
Editor | falandodevarejo.com

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

E as mascotes viraram avatares digitais




Há pelo menos uns dez anos, escrevi um artigo sobre a utilização das mascotes no varejo.

Para quem por acaso não conhece o termo, esse era o nome que dávamos aos personagens que representavam marcas e personagens em campanhas.

Naquela época, muito se discutia sobre a utilização ou não de mascotes em campanha. Tinha quem defendia seu uso e quem achava algo ultrapassado, ligado mais ao universo das propagandas, e do qual o varejo buscava se apropriar de alguma maneira.

No mundo das propagandas, quem aqui não se lembra da Galinha Azul da Maggi, do Lequetreque, o frango da Sadia (aposto que você não lembrava do nome!), ou do urso da Coca-Cola?

O fato é que naquela época, mesmo com o digital já dando passos importantes, a utilização desses personagens se dava de forma estática, com pouca interatividade com o consumidor.

O objetivo dos mascotes sempre foi criar um personagem simpático ao consumidor, de maneira a cativá-lo ainda mais. Alguns personagens se tornam tão famosos que foram além do propósito inicial, indo para outros mercados, como Mario e Sonic, respectivamente mascotes da Nintendo e Sega, que ultrapassaram a barreira de videogames e se tornaram ícones de cultura pop.

O avanço digital deu poderes aos mascotes.

Se no dicionário o termo avatar representa a personificação de uma divindade, no digital foi primeiramente utilizado para a representação virtual de uma pessoa no meio digital. O avanço do digital e o avanço (e a simplificação) da inteligência artificial têm proporcionado uma nova utilização para o termo. Novas dimensões dão cara, corpo e voz para essas inteligências e permitem que se criem importantes vínculos entre marcas e consumidores.

Mesmo nos casos mais simples, em que apenas se nomeia a inteligência, como nos casos da Alexa e Siri, isso já permite que se estabeleça uma empatia maior do que simplesmente uma tela com algoritmos que respondem às premissas e perguntas de forma fria.

Um caso clássico, e de alguns anos, foi uma “avatarização” do Pinguim da Ponto Frio, que, utilizando o Twitter como ferramenta de interatividade, ganhou uma legião de fãs e seguidores por conta de suas postagens, muitas vezes irreverentes e criativas, fugindo do tradicional modelo de comunicação mais sério adotado por muitas marcas.

Não dá para falar no assunto sem falar da maior referência que temos hoje em atividade no País, a Lu, avatar da Magazine Luiza, que tem uma personificação tão forte e consolidada que muitas pessoas quase acreditam que estão interagindo com uma pessoa de verdade. E, se empatia é um vetor importante, é interessante observar os últimos movimentos nesse sentido, com a criação até mesmo de perfis próprios em redes, como Instagram e TikTok. Neste último, um vídeo criado com a personagem alcançou milhões de visualizações em pouquíssimo tempo. Um sucesso.

Nos últimos dias, vimos movimentos importantes de mais empresas nesse sentido. De um lado, a Via Varejo anunciou uma completa reformulação de sua mascote, o Baianinho, transformando-o em um avatar digital, o CB, que passou por uma repaginação completa, com um ar jovem e descolado, adequado ao público com o qual se deseja se conectar. De um outro lado, a C&A anunciou uma nova assistente virtual em sua plataforma, que irá permitir recomendações de produtos e ofertas aos consumidores. Como anunciado, nos planos está a transformação da assistente também em um avatar.

O fato é que, se o atendimento sempre foi algo determinante no mundo do varejo, os avatares poderão suprir a necessidade de assistência e atendimento que o e-commerce ainda não consegue oferecer de forma eficiente.

Em futuro próximo, ao menos as marcas digitais deverão ter um avatar para chamar de seu.

Um grande abraço e boas vendas

Caio Camargo
Editor | falandodevarejo.com