terça-feira, 13 de outubro de 2009

Índice do Custo de Vida da Classe Média continua em alta em setembro, mas com variação menor, indica Fecomercio

Indicador elaborado em parceria com a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB) teve alta de 0,23%; O grupo Alimentação foi o único a apresentar queda no mês

O Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM) registrou elevação no mês de setembro de 0,23%, variação menor do que no mês passado, quando a alta foi de 0,64%. No acumulado dos últimos 12 meses a alta do ICVM chega a 4,36%. Já no período de janeiro a setembro deste ano, o aumento é de 3,13%. O indicador é elaborado pela Fecomercio em parceria com a OEB e analisa o custo de vida dos consumidores com renda entre 5 e 15 salários mínimos.

O índice é composto por sete itens: Habitação (peso de 32,4%), Transportes (peso de 18,2%), Alimentação (17,8%), Despesas Pessoais (peso de 12,2%), Saúde (peso de 8%), Educação (peso de 6%) e Vestuário (peso de 5,4%). A queda dos preços dos produtos de Alimentação marcou a variação menor do ICVM em setembro. O grupo é o único que apresentou queda nos preços no mês passado, de 0,41%.

A redução do resultado do grupo foi influenciada pela queda de 2,52% no subgrupo de semielaborados, como o arroz (-2,50%), o feijão (-4,66%), o frango (-3,68%) e o leite longa vida (-11,16%). Os subgrupos industrializados e hortifrutigranjeiros apresentaram variações de 0,07% e 0,12%, respectivamente. Os preços das refeições e dos lanches consumidos em restaurantes, lanchonetes e padarias subiram 0,66% no mês e totalizam 5,37% até setembro de 2009.

No grupo Vestuário, as novas peças da coleção primavera-verão chegaram às vitrines e prateleiras das lojas e elevaram, em média, 0,76% (ante 0,07% em agosto) os preços de roupas e calçados. As roupas femininas aumentaram 1,05%. Já as masculinas subiram 0,17%. As infantis tiveram alta de 0,31% e os calçados, 1,27% - destaque para os calçados femininos que subiram 2,37%.

O aumento do etanol de 5,22% em setembro foi o item que mais influenciou para a alta do grupo Transportes, que teve variação de 0,22%. A relação de preço entre álcool e gasolina nos postos de combustíveis paulistanos, que era de 52,54% em agosto, passou para 54,85% no mês passado. Para Gílson Garófalo, economista da Fecomercio, a tendência para o mês de outubro é que a diferença dentre os preços dos combustíveis se aproxime. A queda acumulada do etanol desde o início deste ano até setembro é de 2,27%. Os preços dos carros caíram 0,45% em média e o seguro voluntário de veículo aumentou 0,66%.

Os gastos com produtos e serviços do grupo Habitação apontaram alta de 0,44% ante o aumento de 1,59% em agosto, sendo influenciado pelo aumento da energia elétrica de 1,10%, do aluguel (33%), do gás de botijão (5,61%), de condomínio (0,41%) e de serviço doméstico (0,39%). Outros itens do grupo tiveram redução de preços, como artigos de limpeza (-0,47%), informática e telefonia (-0,42%), eletroeletrônicos (-0,31%), utilidades domésticas (-0,43%) e artigos de cama mesa e banho (-0,63%).

Saúde mais cara

Cuidar da saúde também ficou mais caro em setembro. O grupo Saúde teve aumento de 0,70% no mês. No acumulado do ano a elevação é de 5,77% e de 7,05% nos últimos 12 meses. Os planos de saúde subiram 0,93%, os serviços médicos e laboratoriais, 0,67%, os aparelhos corretivos, 0,86% (destaque para as lentes de óculos com 1,34%) e remédios e produtos farmacêuticos, 0,27%.

Já Despesas Pessoais tiveram alta de 0,17% em setembro. A elevação foi provocada pela alta dos serviços pessoais, de 0,43%, e das loterias, de 4,93%, devido ao valor da aposta mínima da mega-sena passar de R$1,75 para R$2,00. Dos itens que apresentaram queda, o destaque é para os pacotes turísticos, que continuam atrativos, com preços em média 1,63% menores. De janeiro a setembro, o item agrega variação de -6,94% ao grupo Despesas Pessoais, contudo a recuperação de preços deverá ocorrer até dezembro. Os preços dos artigos de higiene e beleza também caíram 0,35% em média.

O aumento da mensalidade e dos materiais escolares não foi suficiente para que o índice do grupo Educação acusasse modificação significativa. Desta forma, a variação mensal foi de 0,06%. No acumulado de 2009 a alta é de 6,86% e nos últimos 12 meses a alta é de 6,98%.