segunda-feira, 11 de abril de 2011

Modelos conquistam clientes na própria loja

Com modelos, lojistas de confecção garantem crescimento de até 30% no volume de vendas do atacado

Estratégia conhecida do setor atacadista de moda, os corpos de prova são capazes de aumentar em até 30% as operações deste tipo de comércio. É o que garante o gerente de marketing da Kokid, Ricardo Jales. Manequins contratadas especificamente para experimentar as peças das lojas para os clientes, os corpos de prova se encarregam de garantir as vendas quando nem mesmo as vendedoras conseguem o feito. "Como o nosso alvo direto não é o consumidor final, nós não temos provador. Mas tem revendedor que só compra se ver como a roupa fica no corpo", afirma Jales.

Hoje, a loja conta com até seis funcionárias deste tipo, mas em época de lançamento de coleção, ou durante as feiras de moda, a demanda é duplicada.

Segundo o diretor administrativo financeiro do Maraponga Mart Moda, Saulo Varela, não há dúvida de que esta é uma estratégia eficaz. Há 10 anos, as mais de 300 lojas do shopping atacadista contam com os corpos de prova. "Elas não se restringem só as lojas. Muitas ficam passeando pelo shopping com as roupas, etiquetas à mostra, para chamar os clientes para as compras", explica. A gerente da Colmeia, Lilian Lima Araújo, lamenta só ter um corpo de prova em sua loja. "Cerca de 50% das clientes que entram aqui é por que viram a modelo lá fora com a roupa. Se eu pudesse, eu teria umas 10, 20, porque o retorno é incrível", avalia.

O investimento para este tipo de estratégia de marketing é mínimo, segundo os lojistas. As manequins contratadas como corpos de prova recebem um salário comercial mais adicional, quando a loja bate metas. "Os custos não são representativos diante dos lucros que conseguimos com os corpos de prova. E elas ainda são incentivadas a bater metas. Ganha a loja e ganham elas", ressalta Jales.

Mesmo o varejo já vem adotando a ideia. A novata multimarcas Okie Dokie, experimentou os corpos de prova em sua inauguração. Uma das responsáveis pela loja, Flávia Castro, diz que foi a melhor maneira de apresentar as roupas para o público. "As peças que vendemos normalmente tem tecidos que ficam bem diferentes nas araras e no corpo. O que fizemos foi promover o desejo imediato nas clientes", assegura.


Fonte: Diario do Nordeste