sexta-feira, 22 de março de 2013

Preços nos supermercados apresentam desaceleração em fevereiro

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, apontou que em fevereiro houve desaceleração generalizada nos preços dos produtos dos supermercados paulistas, contribuindo para um comportamento mais estável ao longo dos meses. A proporção do número de variações negativas em fevereiro foi de 48,18%, superior à média que é de 43,35%.



O IPS apontou, também, alta de 0,19% em fevereiro, em relação a janeiro. Em 12 meses, o aumento dos preços nos supermercados foi de 12,86%, e no acumulado do ano, de janeiro a fevereiro, foi registrado elevação de 1,88%. A desaceleração da inflação em fevereiro, diante de uma elevação de 1,69% em janeiro, aponta uma tendência otimista para a inflação ao longo dos próximos meses. Tal fato deve ser potencializado diante da desoneração da cesta básica, que influenciará na redução dos preços de diversos produtos, principalmente nos meses de março e abril, contribuindo para uma desaceleração da inflação.

Por mais um mês, as variações expressivas estavam atreladas aos preços de FLV (Frutas, Legumes e Verduras), diante das condições climáticas com excesso de chuva, que prejudicaram algumas culturas agrícolas. Esses produtos registraram alta de 3,13% em fevereiro, e em 12 meses a elevação foi de 27,4%.

Os produtos semielaborados (carnes, cereais e leite) apresentaram queda de 0,62%, influenciada pela redução nos preços das carnes (-2,72%), leite (-0,25%) e arroz (-3,94%). Em 12 meses, a elevação foi de 15,72%, refletindo o aumento nos preços das carnes suínas (14,52%), aves (40,15%) e cereais (28,16%). No acumulado de janeiro e fevereiro, a alta foi de 1,52%.

Os preços das bebidas alcoólicas apresentaram queda de 0,60%, diante da retração no preço da cerveja (0,72%). Em 12 meses, a alta nos preços foi de 11,04% e no acumulado do ano (janeiro a fevereiro) a elevação foi de 0,54%. As bebidas não alcoólicas registraram queda de 0,23% diante da retração, principalmente nos preços da água mineral (-0,61%). Em 12 meses, o crescimento nos preços foi de 10,52%. No cumulado do ano (janeiro a fevereiro), a alta foi de 0,44%.

Os preços dos produtos de limpeza apresentaram queda de 0,42%, em decorrência da redução no preço do sabão em pó (-0,15%) e do sabão em barra (-4,76%). Os artigos de higiene e beleza apontaram baixa de 0,20%, em virtude da queda dos preços do sabonete (-0,05%), do creme dental (-0,35%) e do xampu (-0,88%). Em 12 meses, a elevação nos produtos de limpeza e nos artigos de higiene e beleza, respectivamente, foi de 5,53% e 8,74%. No acumulado de janeiro e fevereiro, houve queda nos preços dos produtos de limpeza (-0,02%) e alta nos preços de artigos de higiene e beleza (0,71%).

Os preços do feijão aumentaram em 8,17% e, dessa maneira, teve participação de 0,11 pontos percentuais no IPS deste mês (0,19%). Os preços da batata e do frango também tiveram participação expressiva no indicador deste mês: 0,10 pontos percentuais e 0,09 pontos percentuais, respectivamente.

Os tiveram alta de 0,30% por causa da alta de preços do pão de forma (3,51%), do macarrão (5,99%) e farinha de trigo (4,71%). Em 12 meses, a elevação foi de 11,19%, com destaque para o aumento nos preços dos derivados de carne (21,90%), panificados (14,86%) e óleos (20,81%). Já no acumulado de janeiro e fevereiro, o aumento foi de 1,03%.

Os preços dos produtos hortifrutigranjeiros (Produtos In Natura) registraram elevação de 3,13% em fevereiro, por conta do aumento dos legumes (9,35%), verduras (8,12%) e tubérculos (8,71%). As frutas apresentaram queda de 4,99%. Em 12 meses a alta nos preços dos produtos in natura foi de 27,41%. No acumulado do ano (janeiro a fevereiro) a alta foi de 10,76%.

Desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 144%. O IPCA/IBGE (São Paulo) aponta que os alimentos e as bebidas têm alta de, aproximadamente, 236%. Já o IPCA/IBGE (Brasil) mostra que alimentos e bebidas têm alta de 263%. O IPC-FIPE apresenta aumento de 250% e o IPA/FGV tem variação de 477%. Assim, a evolução dos preços ao longo dos anos registra uma elevação moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, em que os ganhos de eficiência e produtividade possibilitam preços mais competitivos