sexta-feira, 19 de abril de 2013

Empresa especialista em franchise aponta fatores que podem impedir o crescimento das franquias no Brasil

Resultado foi concluído após 2 anos de pesquisas com 117 empresas franqueadoras de diversas capitais do país

A Rizzo Franchise, empresa especializada em pesquisas sobre o mercado do Franchise no Brasil e América Latina buscou conhecer, junto às empresas franqueadoras de diversos setores, quais foram as principais dificuldades e decisões tomadas ao longo de suas diferentes fases de existência e amadurecimento que impediram um crescimento maior e mais profissional de suas redes.


O estudo teve como principal objetivo detectar os motivos que fazem com que o Brasil, apesar de ser um dos primeiros colocados no ranking mundial de empresas franqueadoras, ainda está muito atrás de países mais desenvolvidos no que diz respeito à expansão e crescimento das redes e à falta de profissionalismo que gera uma série de problemas na justiça com franqueados.

O estudo foi realizado com 117 empresas franqueadoras de diversos setores e em diferentes estágios de crescimento. Diferentemente de qualquer método de tabulação de dados de uma pesquisa comum, este trabalho foi direcionado apenas para que os executivos respondessem, de maneira objetiva, situações atuais ou do passado que levaram as empresas a cometerem erros e, conseqüentemente, sofrerem com problemas que impediram o crescimento e desenvolvimento de suas redes.

O resultado apontou 12 fatores que impedem o crescimento das franquias:

1- Criação de diversos modelos de franquia
Vários modelos de formato de franquia criados para expandir a rede em localidades menores, sem o perfil adequado, que não comportam o modelo tradicional. São criados, então, os quiosques, franquia compacta, quiosques, displays de produtos, enfim, modelos com investimento menor e mix reduzido de produtos, levando o franqueador a descaracterizar o negócio.

2- Expansão focada na quantidade e não na qualidade
Tendência para expansão de maneira desordenada, para chegar a um número de unidades franqueadas que possam justificar os custos da empresa franqueadora, sem a preocupação de selecionar corretamente o franqueado e planejar a expansão de maneira profissional. O resultado é a abertura e o fechamento constante de unidades.

3- “Tropicalização” de franquias
Problema bem parecido com o item número 1, também é uma forma de adaptar a franquia aos gostos de cada região onde se abre uma unidade. Com isso, a empresa vive alterando o mix de produtos, inserindo alguns e tirando outros a cada nova localidade, perdendo escala e ganho de competitividade.

4- Franqueadores com diversos negócios diferentes que vendem franquias
Depois de ganhar experiência vendendo uma franquia, alguns franqueadores arriscaram criar outras empresas franqueadoras para vender franquias de diversas marcas, com diversos tipos de produtos ou serviços diferentes para diferentes gostos e bolsos. Conclusão: perda de foco e de envolvimento em cada um dos negócios criados.

5- Falta de experiência na operação de unidades próprias
Grande parte dos franqueadores não tem experiência suficiente para vender franquias, porque sequer operaram unidades próprias tempo suficiente para aprenderem a acertar e errar. Segundo pesquisa da Rizzo Franchise, 13% de todos os franqueadores brasileiros nunca operaram na prática a franquia que vendem.

6- Licenciamento ao invés de franquias
Para não ter problemas na justiça com a lei do Franchising ou até mesmo por falta de orientação adequada, empresas dizem “licenciar” uma marca, quando na verdade, concedem franquias.

7- Franquia como canal de distribuição de produtos
Muitos franqueadores no Brasil vêm da indústria, ou seja, industrializam os próprios produtos que os franqueados vendem. Com isso, só enxergam a franquia como canal de distribuição e venda e, não, como um negócio onde o que se vende é a experiência de sucesso no varejo. Recente pesquisa da Rizzo Franchise mostrou que 76% de todos os franqueadores que quebraram nos últimos 10 anos, vendiam produtos para seus franqueados.

8- Contratação de corretores de franquias
Com o objetivo de acelerar a expansão, franqueadores contratam empresas ou executivos para intermediar o contato entre potenciais candidatos e terceirizar a venda da franquia. Depois, amargam a experiência de não conseguir entregar o que que foi vendido por outras pessoas.

9- Franquias que dão “filhotes”
Franqueados insatisfeitos podem se juntar, sair da rede e montar outras redes, seja através de cooperativas, seja através de redes concorrentes. Isso normalmente acontece porque a empresa franqueadora não estruturou fornecedores comprometidos com o menor preço para a rede ou é mais uma conseqüência da venda de produtos exclusiva do franqueador para a rede.

10- Ser comprado, ao invés de vender franquias
A tentação de conceder franquias a candidatos com dinheiro, mas sem perfil necessário para ser um franqueado, faz com que franqueadores deixem de planejar a venda de franquias e passem a ser “comprados” de maneira inadequada.

11- Fundo de Propaganda mal administrado
Um dos problemas que mais levam franqueados a recorrer à justiça é o fundo de propaganda administrado de maneira incorreta, sem a transparência necessária e com campanhas que não beneficiam a rede como um todo.

12- Franqueados “problemas”
A incorreta seleção de franqueados traz para rede perfis que normalmente trazem problemas em médio prazo e que, muitas vezes, são irreversíveis.
Os tipos de franqueados “problemas” mais comuns são:
- ex-funcionário
- amigo ou parente
- o investidor
- o empreendedor
- aquele que quer comprar mais de uma franquia logo na primeira vez
- franqueado com experiência anterior no mesmo ramo
- aquele que quer comprar a franquia para a mulher ou para os filhos
- sócios do franqueador
- franqueados que têm outros negócios
- franqueados que têm sócios